Literatura Portuguesa

Wednesday, June 13, 2007

Eu luminoso não sou


Eu luminoso não sou. Nem sei que haja
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se, no fundo poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d'água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.

posted by Gloria Galli at 9:51 PM

0 Comments:

Post a Comment

<< Home

About Me

Name: Gloria Galli

View my complete profile

Previous Posts

  • JOSE SARAMAGO
  • Literatura Portuguesa_Tesnière
  • MODERNISMO EM PORTUGAL

Powered by Blogger