Friday, May 25, 2007

MODERNISMO EM PORTUGAL

Modernismo em Portugal
Movimento que se iniciou no Ocidente, início do século XX, revolucionou conceitos e práticas estéticas em todas as artes -> os grandes avanços científicos e tecnológicos não permitiam mais as manifestações de expressões aristotélicas de mimese. As vanguardas, movimentos que surgiram na Europa sob diversos nomes como futurismo, cubismo, cubo-futurismo, dadaísmo, surrealismo, deram início a essa nova fase artística.
Todas as propostas um pouco diferentes, mas irmanadas na idéia de vanguarda.

Panorama histórico literário
No início do século XX, a Europa estava mergulhada em profundas mudanças que acabaram por revolucionar a vida social, econômica, o cenário político, a compreensão do universo e do homem e consequentemente as realizações artísticas e literárias. Exemplos:
Industrialização/
Crescia vertiginosamente. Intensifica política imperialista (neocolonialismo). Grande influência para eclosão da 1a. Guerra Mundial (1914-18).
Expansão industrial/
Novo perfil à sociedade, criando uma nova e poderosa elite econômica.

26_maio_2007

ALBERTO CAEIRO
(a poesia da sensação)

Poeta-filósofo, que extrai o seu conhecimento não de livros, mas do seu contato direto com as coisas e a natureza. Considerado por F.Pessoa como seu mestre, assim como o de Ricardo Reis e Álvaro de Campos. O poeta considera que o homem complicou as coisas com a metafísica, com as teorias filosóficas, científicas e religião. Para ele, o único meio válido para a obtenção do conhecimento é a sensação e a simplicidade da vida. Observemos fragmentos do poema `Guardador de rebanhos`:

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos.
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao compriodo na erva,
E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.


RICARDO REIS
(o sopro clássico)
Indiferente à vida social como seu mestre, valorizando a vida do campo e simplicidade das coisas, diferencia-se daquele por sentir-se fruto de uma civilização cristã decadente, que inevitavelmente, caminha para a destruição. Sente que o tempo passa e que a morte é inevitável e que nada se pode fazer diante do destino que já está traçado.

JOSÉ SARAMAGO
(a utopia e a crítica à realidade)

O mais conhecido escritor da literatura portuguesa contemporânea. Nasceu em 1922. Em seus livros há uma profunda reflexão sobre temas universais e atemporais, como a dominação e a manipulação pela classe dominante. E parte de contextos que vão desde a Idade Média em Portugal até a problemática do homem urbano contemporâneo na virada do milênio. Aborda a questão da participação do homem na construção da História e dos conflitos íntimos do homem, sua incomunicabilidade, solidão, vida e morte.

A seguir, excertos sobre seu romance Ensaio sobre a cegueira. Esta obra relata que numa determinada cidade, as pessoas, uma a uma, vão ficando cegas, causando assim, a maior tristeza. E a única pessoa da cidade que não perdeu a visão foi a esposa do médico.
O tema do livro de Saramago foi também aproveitado pelo surrealista, Salvador Dali - Cisnes refletindo elefantes.

(VER EPÍGRAFE DA OBRA)/

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara". (Ver a diferença entre olhar, ver e reparar)



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